quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ser adulto

Ontem a tarde eu estava fazendo uma coisa que   meu pai tinha me mandado fazer. De onde eu estava podia ver perfeitamente o pátio da casa da minha avó, onde meus tios faziam o serviço deles. E numa certa hora chega lá um primo meu de segundo grau que tem a mesma idade que eu, cujo com o qual não troquei mais que três palavras nos últimos dois anos.
Na maioria das vezes eu acredito que o meu pai preferiria que ele fosse seu filho e eu não, já que ele já tirou carteira, trabalha como um escravo, bebe, fala alemão, caça e se sente adulto (inclusive forçando a voz querendo deixa-la mais grossa do que de fato é), enquanto que eu não me misturo bem com os mais velhos, saio pouco de casa, não bebo, sei falar mais inglês do que alemão e gosto de livros.

Bem, isso de fato não me incomoda, já que é habitual. Mas o que me intriga é o conceito que algumas pessoas tem sobre "ser adulto". Observando esse primo meu, o que eu vejo é um comportamento patético e ridículo, de alguém que se faz do que não é para agradar os outros.
Ser adulto por acaso é poder beber e se achar o sujeito mais incrível do universo por ficar de porre? É falar grosso (no caso masculino)? É conduzir veículos motorizados? É conviver e puxar o saco de pessoas mais velhas, mesmo que ela te achem um idiota? Creio que não.
Essas coisas que listei acredito que sejam consequências das suas escolhas na vida adulta, não sua essência. No meu ponto de vista, ser adulto e ter o pleno controle de sua vida, saber o que faz e por que faz, saber e ter como levar sua vida com dignidade.

Muitos adolescentes querem ser adultos apenas pelo lado bom, pelas "liberdades", pelas facilidades e afins. Mas no momento em que é preciso encarar a dureza da vida e as responsabilidades que ser adulto implica, muitos perdem o controle, e se veem perdidos e sem rumo, sem saber como reagir. Ser adulto é muito mais que as aparências, muito mais que a saciação das nossas vontades e prazeres.
Vejo muitos contemporâneos dessa forma, sentindo-se os adultos porque ganham algum dinheiro e com isso podem fazer o que querem, farrear, comprar roupas, celulares e todo o tipo de badulaque ostensivo.
Eu não acredito que a felicidade esteja nisso, já que ostentando bens aos outros você prova coisas para eles, mas o que você prova para si mesmo? Duvido muito que seja uma grande satisfação pessoal ter isso ou aquilo, mais vale que os outros saibam, vejam; mas ter em momento algum é ser, e esses meus contemporâneos que já se acham adultos aos 15, que fazem o que querem quando querem sem regras, infelizmente acabam sendo pessoas muito vazias.

Eu tenho 18 anos e não posso em hipótese alguma querer me considerar adulto. Por razão de minhas seguidas falhas, ainda não consegui dar começo ao meu projeto de vida, ao que eu quero para o meu futuro. faço pequenas coisas aqui e ali, ganho algum dinheiro com o qual posso comprar algumas coisas pequenas e insignificantes, mas que deixam contente. Só que isso não faz de mim um adulto; sou um nada, um moleque ainda, que não consegue ainda dar seus próprios passos sozinho no mundo. Mas ao menos sou sincero comigo mesmo, e não busco me mascarar e me fazer de outra pessoa que não sou para agradar a sociedade e seus costumes. E enquanto que a minha hora não chegar, não me incomodo de dizer que não passo de um mero adolescente.





Creio que estas linhas não tenham sido bem construídas, me soam um tanto confusas e vazias. Mas enfim, não queria ficar tanto tempo sem escrever nada aqui, e mesmo encarando dias bem complicados queria dividir alguma coisa com quem por ventura passe os olhos por aqui.

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